10 de agosto de 2014

Reinício

Faz tempos que não compareço aqui.
Mas agora, ouvindo Across The Universe, bateu saudades de um tempo relativamente recente.
Nesse tempo eu fazia um esforço para vir aqui e tentar compartilhar algumas impressões sobre a vida. Algo fez com que eu abandonasse esse hábito que eu ainda tentava adquirir.
Essa é a beleza e a tristeza da vida. Um acontecimento em nossa caminhada, faz com que abandonemos várias coisas. Reescrevendo: Um acontecimento isolado fez com que EU abandonasse várias outras coisas em minha vida.
Interessante e aterrorizante é a gente ter que reconhecer que o tempo passou. Independentemente de nosso pit stop quase eterno.
Agora me encontro em um novo recomeço. Obrigando-me a tomar algumas decisões que me machucam sobremaneira, mas que são necessárias e já deveriam ter sido tomadas ha muito tempo.
Bem, espero dar conta desse percurso da mesma velha estrada.
É isso.

22 de janeiro de 2013

Minha História contada por outra.

Assim, não foi de repente. Mas foi ao mesmo tempo. Eu sabia que chegara ao fim. Que nossas vidas seguiriam. Mas essa coisa de mulher querer conversar, analisar, discutir relação é tão complicado. Eu precisava entender cada passo, reação e movimento. Essa vontade incontrolável de querer saber de cada pensamento que passou pela cabeça dele. De ouvir cada sentimento, de entender… Como acabou assim? Nós éramos tão perfeitos. Éramos um em dois. E éramos muitos também. Porque nossa relação libertou a gente de algumas amarras, porque éramos muito diferentes. As diferenças eram como ímãs que não tínhamos a força de separar. E passamos a viver coisas que não havíamos vivido antes. E nem arriscado. Puxa… como eu amava isso quando a gente tava junto. Ser simplesmente quem éramos. Sem julgamentos, sem cobranças. E nossas diferenças nos aproximavam. Era a mágica da gente. O feitiço com ingredientes secretos que só nós conhecíamos. Foi tão bonito isso da gente se conhecer. E sabe? A gente foi feliz um tempo. Muito feliz. E até que muito tempo também. Mesmo não sendo completo. Era uma felicidade que vazava pelos sorrisos e olhares. Nem é ele que eu amo ainda. É dessa felicidade que eu senti um dia. E é disso que eu sinto falta. Ai que é uma falta que dói. Porque é uma falta para sempre. Algumas palavras deveriam ser proibidas. Sempre e nunca por exemplo. Queria tirar o sempre do vou te amar e o nunca do vou te esquecer. Na atual situação já seria bastante útil simplesmente trocar os adjuntos adverbiais. Não, eles não são de tempo, são de intensidade. Ahhh.. outra palavra que eu dispensaria do meu vocabulário seria intensidade. Pelo menos o rompimento seria mais morno também e não esse repelente de felicidade. Parece que eu passei por uma lipo aspiração de sentimentos. A conversa fluía. Ouvíamos música e falávamos de filmes. Mas, que merda! Não dava para viver assim o resto da vida, né? Nós tínhamos que nos apaixonar? Poderíamos ser felizes como amigos e continuar nossas conversas para sempre… Mas a gente tinha que se desejar e estragar tudo. O de repente não foi acabar. Foi o silêncio. Nunca imaginei que silêncio machucava. Ele dilacera na verdade. Poderíamos ter brigado e nos ofendido. Daí seria mais fácil. Teria lembranças ruins para me lembrar que ele não era o cara perfeito. Até isso o silêncio tirou de mim… a chance de brigar com ele. Mas sei lá, sabe? Nem sei o que é melhor ou pior. Guardar a lembrança de anos sem brigas com um fim mudo ou ter vivido uma história mais comum onde a mágoa nos faz esquecer dos momentos bons. Pensando bem, a primeira é a melhor opção. Pelo menos eu sei que quando ele vê uma foto minha, seus lábios esboçam um sorriso espontâneo com um carinho que não tem como morrer. E que nunca ninguém vai falar o nome dele como eu falava. E que quando ele lembrar de mim, vai lembrar da minha voz falando daquele jeito esquisito, mas que ele adorava. Pelo menos a página virada tem uma história bonita. E daí que eu já até mudei de ideia. E acho até que dá para continuar usando os adjuntos adverbiais. E essa história acabada, será bonita para sempre e eu nunca vou esquecer como um dia eu fui feliz. (Ceres Arantes)

5 de setembro de 2012

Isadora e o Anônimo

Entrei em meu serviço de correio eletrônico hoje e recebi o aviso de que havia um novo comentário a ser mediado na postagem do poema do Catulo da Paixão Cearense, publicada há algum tempo. A mensagem era um insulto à minha pessoa. Não publiquei, por óbvio. Entro no Facebook e me deparo com uma quantidade absurda de "selos" malcriados, xingamentos, lições de moral rasteiras, videos com a pretensão de denúncias e outra quantidade de "coisas fofas". Dentre os bichinhos fofinhos, trocas de mensagens amorosas, promessas de amor eterno, juras públicas variadas. E aí me vem o Anarquista com isto. Concomitantemente me chega a notícia disto. Tem um blogueiro que brinca com o pai. Deu de presente ao pai um notebook e criou uma página do Twitter com aparência do Google. Sempre que o pai pensa estar fazendo uma consulta , está, na verdade, tuitando. Jogou na rede essa brincadeira que já é coletiva. Estou tentando alinhavar aqui o que quero dizer. Bem, fico imaginando que temos disponibilizada uma ferramenta maravilhosa que é a internet. Com poucos cliques temos o mundo na tela. As possibilidades são inúmeras. Os veículos estão aí para serem utilizados por qualquer um de nós. Podemos escolher um ou usar todos eles. Podemos escolher como usar. Alguns postam xingamentos.Outros lições de moral. Tem aqueles, ainda, que preferem arrulhos cibernéticos. Tem os que fazem panfletagem virtual, publicando videos com denúncias. E tem os tais selos com o que eu chamo de "frase de efeito". Algo assim: "minha roupa não define meu caráter ". Pode trocar o "roupa" por tatuagem, piercing, enfim. O efeito é impactante!Tanto quanto é vazia e contraditória a tal frase. Se a forma como eu me apresento não define meu caráter, dá boas pistas.Ou não? Mas aí tem a Isadora. E ela vem para nos redimir. Se alguém quiser saber como fazer politica, vá lá na página que ela criou no Feice. Essa guria, de apenas 13 anos, dá uma lição de cidadania pra muito marmanjo. Ela poderia postar que "tá beijando", que pegou "a" ou "b". Ou "a" com "b". Ela também poderia esta compartilhando selos malcriados tanto quanto imaturos de como uma "mulher" deve se comportar para conseguir o seu "príncipe encantado". Poderia postar qual foi o último lançamento de sei lá qual marca. Ou sobre cores novas de esmaltes combinando com melissas,que o creme de cabelo lançado é o melhor do mundo ou ainda selos com piadinhas infames ou denegrindo imagens de artistas. Mas ela fala da escola onde ela estuda. Fotografa com seu celular fechaduras quebradas, fios descobertos, banheiros em situação ruim. Isso causa reações, em princípio ruins, mas depois as coisas tem tomado um rumo interessante. A escola tem tomado providências e consertado torneiras que estavam pingando,encapado fios que estavam descascados, ventiladores quebrados foram substituídos. Isadora nos mostra as providências tomadas pela escola. Ela também nos conta que a merenda, ou lanche, tem qualidade, é saboroso e que a maioria dos alunos aprova. Fala das aulas que são ministradas. Conta que uma professora interagiu de forma diferenciada na sala. E de como isso foi bom, gostoso. De como eles, alunos, curtiram a professora e a aula. Isadora age daquele jeito que uma daquelas frases prontas nos sugere: Ela faz a parte dela. Aproveita o veículo e faz o que tem que fazer. Faz mais, muito mais do que nós adultos deveríamos ter feito há anos. Cobra do Estado aquilo que lhe compete. Ela tem 13 anos. Já a pessoa que digitou o endereço deste blog na barra de endereço do navegador, leu o que estava publicado e escreveu um insulto e deu o "enter", não sei a idade, mas agiu como aqueles moleques que ficam à espreita do momento em que não haja testemunhas, para apertar a campainha de uma casa e sair correndo. Isadora,à propósito, assina o que publica.